Ensaio sobre a preguiça

Dúvida

Is time fuckable? If it´s not, it should be, because it´s always fucking us up.

Faz mal? Não faz mal.

Fui recentemente "obrigado" a deixar de fazer três coisas de que gosto muito. Fumar, beber café e uns copos. O que me anda a deixar relativamente afectado da mioleira. Tá bem que são tudo coisas que fazem mal, mas a verdade é que quase tudo o que sabe bem faz mal. E que sentido é que faz privar-nos das coisas boas da vida para podermos viver mais anos a viver sem essas coisas boas da vida? Pronto tá bem, há pessoas que são felizes a comer comida de piriquito e a beber sumo de couve e não posso dizer nada contra. Mas ponham só um bocadinho de picante pelo menos. Vão ver que as 3 semanas de vida a menos, não são nada comparadas com o prazer que alguns condimentos dão à nossa vida.

80´s

Anda uma febre dos anos 80 que já começa a fazer espécie. Eu sempre gostei de uma boa festinha dos anos 80, ouvir The Cure, Joy Division, Depeche, Technotronic, um Billy Idol, uma Bonnie Tylerzita, A-ah e todos esses grande hits que se tornaram intemporais. Tão intemporais que hoje em dia não há um fim de semana que não hajam 35 festas de anos 80 em Lisboa. Ouve-se mais agora do que na altura... Também não é preciso exagerar. E vocês (presumindo que há mais do que uma pessoa a ler este blog) dizem: "Estás farto tens bom remédio, não vás." Ao que eu respondo: "Está bem."

Vou ficar à espera que alguém tenha a espectacular ideia de arriscar a vida e fazer umas dos 70´s.

WWW quê?

Todos os dias, quando chego ao trabalho, ligo o computador, clico no íconezinho do Firefox (sim porque ser fixe é ter o Firefox) e faço uma visita aos “sites do costume” para me actualizar do que se passa de importante, menos importante, novo, quase novo, enfim, de tudo um pouco. Mas hoje foi diferente, hoje, quando cliquei no íconezinho do Firefox não apareceu nada. Nada. Não havia internet. Deu-se um pequeno curto circuito no meu cérebro, daqueles que os olhos começam a piscar e a boca mexe-se ligeiramente em movimentos descontroladóaleatórios. O grande problema não foi não saber o que fazer, afinal só preciso de uma caneta e de uma folha de papel para trabalhar. O que me assusta é a diferença de acesso à informação de hoje em dia em relação ao antigamente. Para ler tudo o que costumo, teria que abater sei lá quantas árvores, pagar centenas de euros em revistas internacionais que provavelmente chegariam fora de moda e visitar uma centena de pessoas de vários cantos no mundo que se não fossem os blogs não partilhavam com o mundo as suas ideias. Ou seja, teria que ser rico e detentor de uma máquina do tempo para conseguir fazer tudo na meia hora do costume. A WWW é realmente impressionante e é bom que se dê valor e uso devido a tudo o que nos é dado de bandeja todos os dias a uma velocidade impressionante. E por uso devido refiro-me por exemplo a perder algum tempo a ler blogs super interessantes como este.

Ideias

Não sei se têm reparado, mas o pessoal da indústria cinematográfica anda a esticar um bocadinho a corda. Eu pessoalmente já estou um bocadinho farto de vampiros. Quantos filmes de vampiros é que já foram feitos? Acho que já chega ou não? Pelos vistos não, porque parece que as pessoas gostam e não se fartam do senhores dos caninos com palhinhas. Se alguém inventou os vampiros, porque é que não se perde um bocadinho de tempo a pensar em outros humanóides que passem a vida a tentar matar a malta dita normal? Obviamente não estou a querer dizer que a coisa é fácil mas daí a desatar tudo a fazer o mesmo, demonstra um bocadinho de... digamos... pequenês cerebral? Lá pelo meio há os que têm visão. O sr Cameron por exemplo, pegou no Último Samurai, no Danças com Lobos, na Pocahontas e em mais alguns do género, misturou tudo numa batedeira com corante azul e voilá: Criou algo novo. Melhor, criou algo novo a partir de coisas que já existiam. As ideias andem aí, é só abrir os olhos e tentar ver para além do óbvio. Depois pronto, só têm de ir a Hollywood, servir à mesa durante uns aninhos até que alguém veja a ideia para o vosso filme fantástico e já está, óscares por todo o lado.

Bem, desculpem lá mas agora tenho de ir ver a Lua Vermelha..

Carnaval

Segunda feira-passada por volta as 20h era eu um jovem publicitário de 27 anos quando subitamente dei por mim na pele de um “cantor românticóchungamitra de xabregas” que dava pelo nome, André “O Amante Gato”. Passadas duas horas estava numa marisqueira chinesa a comer uma entremeada com sabor a pato à Pequim. Ao meu lado estava um grupo de 39 chineses a comer marisco do bom, a rir dos portugueses, nós, e a fazer uma foto-reportagem completa da nossa falha gastronómica. Ósdespois dei por mim a empurrar dezenas de mascarados histéricos para entrar numa festa cheia de mascarados histéricos. Uma jovem que não tinha mais do que uma peruca roxa perguntou-me: “mas que raio de mascara é essa, estás de quê? Ao que eu respondi: “eu também não estou mascarado, sou mesmo assim”. E pronto, o resto da festa foi porreira, muita gente refugiada na segurança da sua máscara dizia e fazia o que lhe ia na alma sem grandes preocupações com possíveis retaliações de mãos menos amigáveis. Moral da história: O Pato à Pequim é entremeada, mas não faz mal, é Carnaval, ninguém levou a mal.

Patrocínios

É das coisas mais comuns no mundo da Publicidade uma marca patrocinar eventos, programas de tv, famosos, etc. O objectivo é claro, potenciar a imagem das marcas associando-se a algo que com que se identificam e mostrar aos consumidores que ambos têm os mesmos interesses. Ah e tal gostamos das mesmas coisas vês, por isso compra-me. Até aqui tudo bem. Nos últimos tempos, enquanto ia para o trabalho de manhã, em pleno caos da 2ª circular reparei num patrocínio que na minha opinião não é muito feliz. Vejam lá se não concordam: imaginem-se presos no trânsito há 1 hora. O stress começa a impôr a sua vontade e já tudo irrita. Eis que na rádio se ouve: "o trânsito é uma oferta Mazda XPTO"... Dá vontade de ir até um concessionário desses senhores e oferecer-lhe um belo calhau na janelinha maior que eles lá tenham. Quem é que quer que lhes ofereçam o trânsito? Por isso olha, mudei de trabalho para fugir do raio do trânsito da 2ª circular que a Mazda me oferecia. Esses senhores dos reclames a mim não me enganam!

Grandes Mentiras

Um destes dias em conversa, um amigo falou-me em duas grandes mentiras que, todos os dias, muita gente tem o descaramento de dizer a alguém. Na verdade são três, mas uma delas tem bolinha no canto do blog... tentei encontrar mais algumas:


- o cheque está no correio
- vou pensar para casa (esta é dirigida aos publicitários)
- piiiiiiiiiiiiii (esta é a da bolinha no canto do blog)


- vou comprar tabaco (um cliché para começar)
- claro que não bebi demais, é aquela porcaria que se come nas roulotes...
- ligaste? epa não vi.
- o despertador não tocou
- tenho que sair mais cedo, problemas pessoais...
- o jantar está óptimo, eu é que não devia ter lanchado tão tarde.
- piiiiiiiiiiiii (outra)
- nunca vi a oprah
- ohhhh então, estás bom? ainda no outro dia pensei em ligar-te.


e já chega ou nunca mais saio daqui. pronto deixo mais uma:

- eu nunca disse nenhuma destas mentiras.

Ano novo

Todos os anos chega a esta altura e vai de descarregar resoluções para o ano que está a começar. Vai tudo perder 20 Kg, ler 500 livros, gastar menos em ipods e mais em ifamily, e por aí vai. Só não percebo é porque é que estas resoluções andam sempre à volta do mesmo. Quer dizer que as pessoas exageram, exigem mais do que aquilo que podem fazer. Ah e tal, é resoluções para o ano todo então toca a exagerar. Das duas uma, ou é só garganeiros, ou se calhar é melhor deixarem de escrever essas resoluções na noite de ano novo. É porque no dia a seguir, de ressaca, olhar para metas tão inalcançáveis desmotiva qualquer um. E depois olha, para o ano há mais. Façam a coisa com calma, se calhar não são 500 livros, se calhar são 2 ou 3 por mês, já não era nada mau. Quando se quer tudo de uma vez, mais facilmente se perde tudo de uma vez. É fácil ser ambicioso, difícil é ter consciência do que essa palavra significa.
Eu tenho consciência que só tu é que leste este texto até ao fim.

Bom ano.