terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cozinha emocional

Comer agora é diferente. Alguns senhores resolveram acabar com aquela coisa estupida de que comer é para matar a fome. E a verdade é que de certa forma eu concordo com eles. Eu gosto de comer. Muito. Mas o meu gosto de comer é diferente do destes senhores. Eu gosto de comer alarvemente umas gambas à guilho, umas costoletas de borrego panadas, uma refinada massa com atum, etc. Estes senhores não vão pelo caminho alarve. Vão pelo caminho mais emocional, de experiência, de aventura (se é que comer pode ser uma aventura). Deconstroem a cozinha tradicional e transformam-na muitas vezes sem sequer alterarem grande coisa a nivel de condimentos. Por exemplo, se visse num qualquer menu de um qualquer restaurante algo tão simples como: meloa. O mais provável é nem sequer pensar em comê-la. Meloa posso comer em casa escolhida por mim. Mas se no menu estiver escrito: sopa de meloa. Dá que pensar. Começamos a imaginar como será. Quente? Salgada? Boa? Acabamos a comer uma deliciosa meloa como se fosse uma sopa. Fria. Docinha. É incrível como o simples facto de mudar o nome de um alimento que costumamos comer no fim para um que comemos no ínicio torna-o mais especial, mais saboroso, mais emocional. Mais caro. Mas o que é verdade é que funciona.

É claro que existem os verdadeiros génios que criam pratos realmente diferentes, saborosos e que nos proporcionam verdadeiras aventuras gastronómicas. Mas andam aí verdadeiros génios da literatura de cozinha.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Agosto

Em Portugal se existe um mês das férias, esse mês é Agosto. Mais precisamente a primeira quinzena. Todo o Portugal vai de férias na primeira quinzena. É o stress das férias. Stress para arranjar casa, para ir até lá (o lá é na grande maioria o Algarve), para arranjar um lugar na praia, para sair à noite. Stress para tudo. E o pior é que as pessoas sabem isso e continuam a tirar férias em Agosto. Mesmo aqueles que dizem que preferem trabalhar nesta altura, mais cedo ou mais tarde são sugados pelo sindrome do mês de Agosto. Eu sofro um bocadinho deste problema nacional, mas estou a curar-me. Nos últimos anos tenho ido no fim de Agosto e no principio de Setembro. Só para ter um bocadinho daquele stress de Agosto. Só aquele "não há dinheiro no multibanco ao fim de semana". Acho que por mais que queiramos ter alguma tranquilidade nas férias, todos temos necessidade de ver pessoas, de stressar com pessoas. Nem que seja stressar com o stress dos outros. Estou ansioso para ir stressar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ilusões

Imaginem que estão numa festa. Num aniversário de um amigo, numa despedidade de solteiro, num regresso de um amigo que esteve fora. A festa está correr lindamente até ao momento em que se ouve a campainha. É a polícia. Três mais precisamente. Fardados, de algemas, cacetete e tudo o que têm direito. O que é que acontece? Todos pensam imediatamente que a festa vai acabar.
Agora imaginem que esses três agentes da autoridade com as algemas, o cacetete e tudo o resto, são mulheres. O que é que acontece? Todos pensam imediatamente que a festa vai começar. Ilusões.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O que deixamos para o fim.

O lado do bollycao que não tem chocolate na ponta.
O meio do pão de ló.
O chouriço no arroz de pato.
O fim do corneto de chocolate (esta é um bocado forçada eu sei).
Aquela peça de roupa para a última noite das férias.
Qualquer coisa que envolva ir comprar bilhetes de um espectáculo que queremos muito ver.
As prendas de Natal.
O IRS.
Estudar para os exames.
Pensar a coisa certa a dizer depois de dizer a errada.
Dar os parabéns a quem queremos dar mas não queremos assim tanto.
E por ai vai...

Sexta-feira

É provavelmente o melhor dia da semana para todos. A não ser que trabalhem ao fim de semana. Na verdade a sexta não existe na cabeça das pessoas. Quando pensamos em sexta feira pensamos automáticamente em Sábado. Passamos a semana a pensar num dia e quando esse dia chega, não pensamos nele. Pensamos no dia seguinte.
Sexta feira é dia de conversa sobre o euro milhões. Entre amigos, família, colegas de trabalho. É sempre igual. "deixava de trabalhar, mandava o meu chefe para o /(#%#"#, ia viajar pelo mundo todo e levava todos os meus amigos, comprava logo uma casa e 29 carros, etc" enfim, sempre a mesma converseta. Para depois nos lembrarmos que não jogámos. E depois combinamos fazer apostas em grupo na semana a seguir. Há quem jogue todas as semanas, há quem jogue de vez em quando, há quem "para a semana vou começar a jogar".
Se trabalhassem mais mas é! Em vez de passarem o tempo a pensar no dia em que vão mandar o chefe para o %&"#%#%.
Nunca mais é Sábado...